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FISL10: Expresso 2.0

sábado, 27 junho 2009

Depois da palestra que assisti no dia 25/06 da DATAPREV, fiquei muito curioso para conhecer melhor a ferramenta de e-mail Expresso, por isso não perdi a oportunidade.

Dessa vez, a palestra começou com atraso e com muita gente impaciente na porta de entrada da sala, devido a palestra anterior ter ultrapassado o limite de tempo. Auditório lotado, Walter Zapalowski apresentou a ferramenta ao público.

Na apresentação deu para perceber que o Expresso 2.0 é muito mais que um webmail, sendo uma ferramenta muito robusta para comunicação e está expandindo para outras áreas como colaboração. A ferramenta chega a conseguir se interligar com o Asterisk para fazer ligações VOIP com apenas um click.

Algo legal que o Zapalowski demonstrou é que os desenvolvedores (que não é apenas a SERPRO e a DATAPREV) estão muito preocupados em deixar a ferramenta extremamente configurável, para facilitar a adoção por outras empresas, seguindo o verdadeiro espírito de Software Livre.

Aparentemente existe uma colaboração muito grande com troca de código com a comunidade, o que é muito louvável.

Existe uma gama enorme de recursos, como possibilidade de usar Cerficação Digital de nível A1 (com a chave gravada em disco) e até A3 (com tokens), algo que não se tem notícia que outra ferramenta de webmail livre disponha.

Outros recursos que chamaram a atenção é a possibilidade de poder se trabalhar off-line no módulo de e-mail, sendo que está sendo implementando esse recurso para o módulo de agenda.

Além de poder trabalhar off-line, é possível sincronizar o Expresso com versões mais leves que rodam em celulares e outros dispositivos similares.

O Expresso nasceu na CELEPAR (Paraná) e desde 2005 é a ferramenta de comunicação eletrônica do governo de lá, sendo desenvolvido em PHP e AJAX, mas com uma gama muito grande de tecnologias livres agregadas como o GoogleGears, entre outras.

Durante a palestra eu fiquei com a impressão que o desenvolvimento do Expresso foi uma espécie de “resposta” ao fechamento do código do DIRETO da PROCERGS. Aliás, Marcos Mazoni, antigo diretor da PROCERGS (me lembro dele no primeiro FISL) abriu a apresentação da palestra (em tempo: agora ele é diretor da SERPRO)…

FISL10: Curiosidades sobre a palestra de ODF

sexta-feira, 26 junho 2009

Acompanhei a palestra de Jomar Silva, “ODF: Passado, Presente e Futuro”, muito bem apresentada por sinal, mas não vou fazer um resumo dela. Ao invés disso, vou transcrever algumas curiosidades apresentadas durante o evento:

– Para quem acha que arquivos .doc são um padrão confiável, pois a “maior empresa” de informática é dona do padrão, vale lembrar a história da Biblioteca de Alexandria, que por mais de 1000 anos concentrou boa parte da produção literária da antiguidade, e em 646 d.C. foi totalmente consumida por um incêndio. Segundo o palestrante alguém deve ter dito: “mas não é perigoso concentrar toda a nossa cultura em apenas 1 lugar? Sendo que os responsáveis da época devem ter dito: claro que não, a biblioteca é totalmente segura…” Muita informação foi perdida nesse incêndio, inclusive muitos avanços da humanidade.

– Outra curiosidade apresentada pelo palestrante é sobre o atual padrão de teclados que utilizamos. Segundo ele, o padrão atual foi concebido para evitar que as teclas ficassem presas, quando alguém digitasse muito rápido, contudo é muito difícil mudar esse padrão estipulado para um com maior produtividade, como por exemplo, o modelo DVORAK;

– DOCX não é a mesma coisa de DOC, ou seja, a própria Microsoft não segue seus padrões. Como garantir que daqui 20 anos o Microsoft Office consiga acessar a base atual de documentos?

– Não use o ODF do MS Office 2007, apesar do service pack 2 implementar filtro para o padrão aberto, pois vai gerar documentos incompatíveis. Utilize plugins da comunidade para obter compatibilidade;

– Como curiosidade tente produzir um texto simples (exemplo, com apenas um “hello world“) e depois renomei a extensão para .zip. Será possível abrir o arquivo e encontrar alguns arquivos de controle em xml dentro do arquivo, inclusive 1 arquivo que contém apenas o texto do seu documento. Muito interessante isso, fiz e realmente é verdade;

– No Brasil, foi definido por meio do e-Ping 4, que o ODF é o padrão de documentos editáveis do governo federal. O padrão para documentos não editáveis, por enquanto é o PDF;

– Segundo o palestrante, evite consultar o ODF na Wikipédia, pois existe algum grau de desinformação promovida por algumas pessoas mal-intencionadas. Eu olhei e não me pareceu nada errado, não sei;

– A próxima versão do ODF vai ser chamar “Next”, pelo menos provisoriamente, pois não se chegou a um concenso em qual deve ser a nomenclatura (1.3 ou 2.0?);

FISL10: Dataprev

quinta-feira, 25 junho 2009

Uma palestra que eu não tinha muita expectativa era sobre o uso de software livre na Dataprev, de Rodrigo Ortiz Assumpção. Fui mais de curiosidade, para ver o que estava acontecendo nessa “tal de Dataprev” que “anda aparecendo” muito no Jornal Nacional (eu achava que a Dataprev era só da Previdência Social).

No fim, foi uma surpresa agradável, pois além do ótimo palestrante, deu para perceber que as coisas andam progredindo na nossa Previdência Social, graças a uma boa equipe e o uso maciço de software livre na área de servidores e desenvolvimento.

Não vou ficar fazendo muita propaganda do Governo Federal, mas algumas curiosidades que anotei da palestra:

– Eles estão migrando a base de dados para PostgreSQL;

– Usam o Expresso ao  invés de Lotus Notes ou Microsoft Exchanger;

– Tem 1650 servidores distribuídos entre Redhat e Debian;

– 40 mil desktops com OpenOffice;

– Possuem células de desenvolvimento de software livre no Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Paraná e Rio Grande do Sul, sendo que a principal linguagem de desenvolvimento é o Java.

Eles citaram como motivadores para adotar o software livre:

– Redução de custo em software;

– Desenvolvimento colaborativo;

– Descentralização;

– Incorporação de metodologias, padrões e processos.

Na verdade, nem toda a Dataprev usa ou desenvolve em Software Livre ou de Código Aberto, mas é objetivo “contaminar” as demais áreas de desenvolvimento da empresa pela filosofia do Software Livre.

Uma coisa interessante é que a Dataprev não pretende “libertar” o desktop, mas o objetivo deles é investir em Software Livre na parte mais crítica do negócio deles.

Algo interessante que o Rodrigo disse foi que eles estão trocando a “propaganda” ou o “eu apoio” por linhas de código, ou seja, estão realmente se envolvendo com a comunidade. Entre alguns exemplos de contribuições, eles citaram:

– CACIC: um software de inventário de Hardware e Software, que quase foi extinto, mas foi “ressuscitado” graças a abertura do seu código;

– SGA: sistema de gerenciamento do atendimento, que terá seu código disponível em breve: http://www.dataprev.gov.br/noticias/SGA.htm

– COCAR: para gerenciamento de rede;

– EXPRESSO: um grupoware (com e-mail, agenda, etc);

– MOODLE (ferramenta de e-learning): criando a “Escola da Previdência”.

Em relação ao futuro, eles estão trabalhando junto com o Ginga, solução para a TV Digital, a fim de disponibilizar acesso a serviços públicos a classes mais baixas.

Durante a sessão de perguntas, surgiu uma questão interessante sobre o futuro da Dataprev, caso seja eleito um novo partido. O Rodrigo acredita que isso não vai mudar os avanços da atual administração, pois não importa muito para os “figurões” o que está sendo usado e sim as soluções apresentadas, bem como a qualidade dos serviços e a competência. Ele acredita que até pode haver algum retrocesso no ambiente desktop, mas esse não é o foco da atual administração. Outra questão interessante é que está mudando o atual paradigma da comercialização de software, do padrão de licenciamento para o padrão de prestação de serviços.

Mas será mesmo? Nos primeiros fóruns a PROCERGS estava muito envolvida com Software Livre, inclusive disponibilizando o DIRETO, e hoje em dia, eles “abandonaram” esse apoio à comunidade (se bem que a PROCEMPA poderia ser considerada um bom exemplo, mas infelizmente não pude acompanhar a palestra deles – era no mesmo horário desta – para saber como está o apoio ao Software Livre na atual prefeitura).

Outro fato relevante é que Software Livre não é o “salvador do mundo”. Ele disse que só ter “um pinguim” na máquina não resolve tudo, pois corrupção e “falcatrua” também podem ser feitos com Software Livre. Interessante essa colocação, nunca tinha pensando nisso, mas creio que é uma verdade.